domingo, 8 de novembro de 2009

Tarde

E agora já é tão tarde
Que nada do que pode ser dito importa,
Tudo é tão permitido,
Tão frágil.

Pois já se é tão tarde que
Que sabem os deuses
Do ruído do mundo?
Alguma mosca voa solta,
Se espatifa na calçada,
E já bate tão tarde
Que o esqueleto da noite
É areal de vazios,
Tarde.

Agora já é tão tarde
Que nenhum deus está acordado.
Tão tarde.
Nenhum deus arde.
Tarde.

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