domingo, 8 de novembro de 2009

Dias

Dias em que alguma lua vem invadir nossos quartos, faróis acesos, clarão em nossas casas. Dias em que os anjos e as máquinas vêm nos dizer bom dia. Dias em que pegamos os motores roubados e transformamos em cata-ventos. Dias em que nossos lençóis iluminados são belas bandeiras. Dias de observar armações, dias em que as luas estão ligadas nas tomadas, dias de televisões fora do ar. Algo está no ar, difícil flutuar, mas se flutua, impossível velejar, mas se navega. Algo no ar diz ser proibido dançar, mas se dança. A cidade é nossa dança. As ruas os nossos barcos. Dias em que saímos desorientados pelas calçadas, dias de cobrir as paredes descascadas com folhas de jornal. Dias de edifícios brilhantes. Dias em que o Mc Donalds serve hambúrguer com girassol e poesia.

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