sábado, 28 de maio de 2016

AmorÁfrica

O Homo Sapiens, este animal do delírio, surgiu na África. Quando o hominídeo resolveu saltar de seu ócio, eis que nosso enigma veio à luz. As quimeras científicas estavam certas. Enquanto isso, Campos de Carvalho brada: “Não me lembro de ter nascido. Meu registro de nascimento é um blefe. Sou tão velho quanto a África.” 
Do outro lado da ponte vem um africano politicamente ereto; seu canto anuncia o dia. Cores terrosas anunciam a cabeça da medusa de um paraíso decaído. A serpente também é africana. Somos todos africanos. Comemoram os cubanos de Miami e os africanos de Beverly Hills; as montanhas do embevecimento. Aplauso para eles e para elas. Amor à África; AmorÁfrica.
Enquanto os H. heidelbergensis/ H. neanderthalis se espalhavam pela Europa, uma nova linhagem de hominídeos se diferenciava na África de duzentas mil primaveras  atrás: o Homo sapiens sapiens. Enquanto uma linhagem se diferenciava em um local, outras poderiam ter surgido em outros. O Homo sapiens sapiens haveria possuído uma capacidade craniana extraordinária e sabia usar ferramentas mais cirúrgicas do que os demais. 

Acredita-se que os Homo sapiens sapiens, com suas plumas e pedras, saíram da África cerca de quarenta mil anos atrás e acabaram cromatizando a noite com seus pincéis atômicos. De qualquer modo, não se saberia se os neandertais foram mortos ou absorvidos pelos H. sapiens sapiens mas o fato é que eles desvaneceram há trinta e cinco mil auroras atrás. O resto é história, cidade, galáxia. De repente, estrelas descem do teto. Jardins sensoriais transbordam pela loucura expandida do dia a dia. Mas, qual o vermelho que saiu do ovo?