sábado, 7 de novembro de 2009

Meio-dia

Procurando o infinito em uma selva de espelhos,
Nadando até o azul da piscina me afogar.

No sufocante meio-dia em que revelo meus segredos,
Sei que nenhum guarda-chuva pode me proteger,
Sei que o infinito esconde suas senhas dentro desses óculos escuros.

Cidade de relógios sem ponteiro
Interrompidas

Pessoas de plástico sorrindo na avenida,
Mulheres peladas nas bancas de jornal.
Para onde vão as estrelas quando o céu desaba?
Deus está solto, Deus está solto
Junto com minhas cartas embaralhadas,
Minhas janelas de silêncio,
Aqui estou eu e aqui está o sol,
Aqui está seu brilho mais violento
Comendo céu e vomitando estrelas para quem quiser ouvir.

Agonia na gaiola,
O infinito também chora.
O minuto seguinte não existe e tudo é de areia,
Sou só eu de pijama no meio da calçada.
Agora há uma enorme procissão de simulacros atrasados,
Espelhos empilhados como degraus para se atingir o universo.

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