segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Para Zé Celso









O céu como um grande hospital,
Todos os carros são cavalos temperamentais
E o mar sempre de outro mundo.
Hora de fugir dos porcos de direção hidráulica,
Desculpa, mas mão suporto tantas luzes na cidade.
Quero a elegância do acaso,
Quero oito céu de estrelas para além do céu de estrelas.
Quero o policial fazendo amor com sua metralhadora,
Quero o rebanho da bela ferida.
Castigados pelos holofotes caminhamos
Como um pássaro violento,
A língua do sim,
Asas de petróleo.
Agora toda esquina é uma bandeira.
Vou soltar meus bois para sempre,
Vou andar de cavalo no Baixo Leblon.
São anjos no jardim.
UBU-REI, viver faz muito barulho.
São deuses submersos
UBU-REI, eu tenho muitos espelho
UBU-REI, o rei é sol?
Não gosto de belezas óbvias,
Gosto de belezas simples.
Em toda rua há um jardineiro afogado
Em toda rua há uma hélice enferrujada.
Em toda rua há um marinheiro afogado.
Em toda rua há um poeta afogado.
Um poeta afogado.
Eu vou chorar minha vida inteira pelo asfalto
Assim como fez
Zé Celso Martinez.

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