quarta-feira, 12 de maio de 2010

o filme













O cinema agarra a ausência como um navio secreto que avança sem rumo incrédulo de pouso. Cine-língua, cine-poema, cine-rito, cine-nuvem, cine-lua. Câmera tédio. A câmera-tédio plantou seu jardim. Pelos cílios refinados o filme não cabe em si. Pessoas correm com medo dos tristes trens que furam a tela. No véu do olho a câmera inaugura o ar, a estrada se desloca em comunhão com o clarão a se inventar. Existiria o filme? Existirá?

2 comentários:

  1. O que existe por trás da câmera?
    O que se absorve do que está na frente?
    Aqueles segundos mágicos registrados eternamente.
    Mas o que eles tiveram de especial afinal?
    Talvez a concretização de uma idéia brilhante, talvez a gravação de uma eterna banalidade.

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  2. Mto bom bárbara, o que será do tempo dentro da câmera? um simulacro de tempo imitando a eternidade em golpes de imagens mágicas a nos enganar? Será que não ficam angustiados os espíritos capturados para sempre imóveis dentro da câmera? Câmera tão mágica quanto banal?

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