terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

pelo avesso











Te encontro pelo avesso, nas sombras das estátuas. Astronautas trazem na pele um sol sonâmbulo; homens de aço e de treva. A lua dá o eixo para se flutuar. Astronautas entregam às feras suas cicatrizes. Incandescentes como qualquer manto de pó. Mares se enfurecem sob seus pés. Os sonhos são as âncoras do nosso absurdo. Os assombros incendiarão suas asas. Estas são suas núpcias de fogo. Seres em chama se alimentam da poeira dos acasos. Este é o mundo dos átomos e das estrelas que despencam para sempre. A incerteza é a religião dos tigres. Mas, o que foi feito das manchas solares? E quantos sonhos vermelhos sustentados por estas garras? O vampiro é o rei da escassez. O coro é implacável. Este é o lugar onde os planetas nascem ao contrário. Raio sem trovão, precipício sem margem, náufrago sem destroços, âncora sem mar; trampolim sem chão.

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