sexta-feira, 2 de abril de 2010

David Lynch







Somente através dos dinossauros digitais é que Laura Dern consegue invadir as pulsões de mar de Fellini. Frederico: a multidão deseja a sua capa. Lábios verdes e gramas vermelhas nos esclarecem que os floristas são só para disfarçar.

Cobre-se o céu com texturas e depois neste mise-èn-scene as cores impregnadas de abstração vêm atrás. Na super-highway se chega a Roma com um passo. Todas as estradas sujas são deixadas para trás. Elevadores caem e caem e caem.

Escuros telefones para nos clarificar, os jardins de dança correm com e até você. Os felizes acidentes provocam esta sinfonia de ventiladores. Espelhos limpíssimos de sol nos salvam de lâmpada em lâmpada. Todas as musas são canibais.

Os peixes da tela rastejam. Aeroportos sobem para as estrelas. Helicópteros cortam tua cabeça de suave desastre. Muito melhor é ser engolido por um outdoor e renascer na outdor do instante oceânico.

Algo agora se rompeu e se rompe por de trás dessa criança uivando baixinho na projeção. Mais solúveis do que nunca os peixes invadem o cinema. Somos todos peixes esculpidos por relógios de silêncio. Seja muitíssimo bem-vindo ao deserto do real.

Um comentário:

  1. Lábios verdes e gramas vermelhas nos esclarecem que os floristas são só para disfarçar. Todas as musas são canibais.Aeroportos sobem para as estrelas. Mais solúveis do que nunca os peixes invadem o cinema. Somos todos peixes esculpidos por relógios de silêncio. Seja muitíssimo bem-vindo ao deserto do real.

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