sábado, 24 de abril de 2010

Careless love (AmorAmerica)


Repare nessa estrada aberta em frente da tua tela: peixes pulam enquanto as nuvens purpúreas passam. Asfaltos estrebucham pétalas na nobreza dos submundos. E William Borroughs? O Henrique IV das latrinas proclama seus cowboys eternos de fulgazes parangolés. Balançamos compulsivamente nossas bandeiras. Tele-visões fora do ar, cacos de índios urbanos como nós nas procissões das discotecas; desiludidos e rádio ativos. A ilha dentro da ilha. E o que acontecem com as musas quando elas apodrecem? Argamassas siderais de pequenos dilúvios de gasolina. E seria a Amazon a última tentativa de invadir Manaus, ou teria o White Stripes feito melhor ao tocar ao vivo na Ópera Amazonense pela MTV? Enquanto isso Bob Dykan troveja: "Yippie, I'm a poet, and I know it. Hope I don't blow it." Parabólicas de Basquiat, rinocerontes grafitam muros invisíveis, falsos diamantes são dilacerados pelos areoportos de pânico. O não dito sempre arderá muito mais. Momas e CNNs aplaudem guardanapos pseudo-rabiscados em Guernicas patrocinadas. Mas, e onde você estava quando as torres choraram? Enquanto isso Hendrix expande sua dissonância em ruídos verdadeiros: calemo-nos para ouvir o único silêncio que importa; Hendrix, Hendrix.

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