pelas margens dos seus fios devoro teus sonhos
tomo um porre de astro
uma overdose de galáxia
desligo o telefone
coloco um firmamento no lugar da cabeça
Teleilusão:
câmera na floresta de vertigens
em que um trovador se perde e se salva:
controles remotíssimos:
réguas de ritmo:
mecânicos playgrounds:
dicionários de brinquedo:
rainhas cruéis não me fazem chorar
Luas de sangue confirmam
que em cada átomo de bomba
te invento e te construo
– suas garras me fazem brilhar
A espera desespera
um vestido se espalha no ar
as luas de sangue não sabem
– só se amanhece por um triz
Van Gogh procurou outro amarelo
quando a tarde caiu:
o semáforo marcou azul
(“Em obras” – AGC – Os tigres cravaram as garras no horizonte [2010])
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