Os aeroportos não cabem nas telas
Os sonhos não cabem nos cofres
As pontes são suas,
o coelho desanuviado meu;
a escada se esfacelará em nossas mãos
– Tentei penetrar na pele lodosa da cidade,
mas tudo que vi foi um monstro adormecido
e sorrisos gordurosos
Por onde passei as mulheres me ofereciam
castelos sangrentos e as arquiteturas
mais delicadas dos caminhos
Após sobrevoar insônias turísticas
e as paisagens do coelho generoso,
por esses asfaltos, como morri! –
Quando o engenheiro fica assim logo projeta outra cidade,
cospe alguns relógios que lhe engasgam a existência;
só assim é quase feliz
(“Cidade” – AGC – Os tigres cravaram as garras no horizonte [2010])
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