Estados
Unidos do Tédio.
Bandeiras
invisíveis ajudarão a raiar o teu novo dia.
E
já não importará mais em que mundo se irá nascer,
em
que pulso se irá pulsar,
em
que telhado de zinco o sol irá caber.
Cada
falso herói flutuará no meridiano de um elástico devorar,
no
paraíso extemporâneo de centelhas acinzentadas e sereias acidentadas.
Mas,
e teus museus de radiação?
Estados
Unidos da Ilusão.
O
rinoceronte de Ionesco que tanto esperamos talvez esteja em nós mesmos, nos
próprios espelhos invertidos de esperanças insensíveis.
Não
hesitemos; fechemos os olhos para ver a poeira dos anjos.
O
cotidiano está sempre atrasado.
Para
uma salvação sem santos – o silêncio visual.
Pessoas – altares vivos –
veneram a senhora dos disfarces.
Amante da ação, a deusa
EUÁ irá deglutir a noite no próximo intervalo comercial.
Há quem confirme que a
senhora da invisibilidade virá para implantar o dia do vermelho, azul e branco
em todos os terreiros da confederação.
A senhora dos venenos, há
quem diga, virá para ressuscitar ruínas.
Suas estrelas serão da
mais alta estirpe em matéria de coação.
Falsos
poetas da guerra serão os únicos possíveis nesse imenso poema talhado no céu
aberto de um efeito poético poluído de sermão.
Sua
guerra será parte do lacrimejar de arquiteturas feitas com fumaça e suor.
De
Novalis ao Novo México.
Das
granadas de cicuta aos inventários urbanos: a realidade sem loucura ou
prostituição.
E
a poeira dos anjos será nossa migalha permanente contra a imanência da
televisão.
Nada
é concreto até que desapareça.
(MENSAGEM AOS POETAS DA
GUERRA – AMORAMÉRICA, 2008)
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