O quanto o cinema é um reflexo da cidade? Cada take traz seu grão de estrela e dissonância, película aprisionada pela máquina interior, vídeos iluminados na retina de plástico. Como uma oração de cicatrizes, tudo virou etiqueta. Atores encarcerados passam a vida inteira dentro da câmera. Mas afinal, o que é a realidade senão cinema em estado bruto? Mas quem sussurra o réquiem? Qual a hierarquia do impossível? Uma vida com personagens tensos de brilho e não de marionetes? Mas seria a poesia, cinema em estado bruto? Cinema de poesia? Existe o filme?
O cinema agarra a ausência como um navio secreto que avança sem rumo incrédulo de pouso. Cine-língua, cine-poema, cine-rito, cine-nuvem, cine-lua. Câmera tédio. A câmera-tédio plantou seu jardim. Pelos cílios refinados o filme não cabe
O que existe por trás da câmera?
ResponderExcluirO que se absorve do que está na frente?
Aqueles segundos mágicos registrados eternamente.
Mas o que eles tiveram de especial afinal?
Talvez a concretização de uma idéia brilhante, talvez a gravação de uma eterna banalidade.
Mto bom bárbara, o que será do tempo dentro da câmera? um simulacro de tempo imitando a eternidade em golpes de imagens mágicas a nos enganar? Será que não ficam angustiados os espíritos capturados para sempre imóveis dentro da câmera? Câmera tão mágica quanto banal?
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